Como acessar o Bard, a inteligência artificial do Google, no Brasil
Marcela Lanius
Tempo de leitura: 10 min
Última atualização: 19-05-2023
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Guia rápido: Como acessar o Bard no Brasil?
O Bard é um chatbot de inteligência artificial que pode ajudar em várias tarefas do cotidiano. O único problema é que ele ainda não está disponível no Brasil.
A boa notícia é que existe sim um jeito de acessar o Bard aqui no Brasil: usando uma VPN. A nossa recomendação (após testarmos mais de 15 VPNs diferentes) é a Surfshark.
Para usar o Bard com a Surfshark, é só seguir os passos abaixo:
Baixe o app de VPN e faça a instalação no seu dispositivo ou computador
Abra o app da Surfshark e conecte-se a um servidor localizado em um país da América Latina onde o Bard foi liberado: Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai ou Peru
Para saber mais sobre o que é o Bard, como ele funciona e como acessar, confira o post abaixo.
O mundo de tech e informática anda em polvorosa desde o lançamento do ChatGPT-4, em março de 2023. O chatbot, que funciona com base em uma IA generativa, vem chamando atenção por conta do nível de sofisticação que consegue atingir em algumas tarefas específicas.
Para muita gente, ele é a prova de que o futuro já chegou ― e, para algumas empresas e gigantes do setor, ele foi um alerta de que a concorrência estava batendo na porta. Agora, depois de dois meses praticamente inabalado lá no topo, o ChatGPT ganhou um novo concorrente: o Bard, chatbot projetado pelo Google para bater de frente com a solução da OpenAI.
Só tem um problema: o Bard ainda não foi liberado para uso aqui no Brasil, então não dá para conferir tudo o que ele oferece e decidir se vale a pena usar essa solução ou ficar com o ChatGPT.
Ou será que dá? Neste post, a gente fala um pouco sobre o que é o Bard, o que ele pode fazer e respondemos as duas perguntas que não querem calar: dá para acessar o Bard aqui no Brasil? Como?
O Bard é um chatbot criado e desenvolvido pelo Google, e foi oficialmente apresentado para o público no dia 10 de maio de 2023 durante o Google I/O, um evento especial da empresa voltado para desenvolvedores.
O anúncio foi feito após alguns meses de testes e aprimoramentos, já que o Bard tinha virado notícia (e não das boas) lá em fevereiro ― quando, durante uma demonstração oficial, ele cometeu um erro e ofereceu respostas incorretas ao prompt que recebeu.
No evento do Google I/O, a empresa anunciou que o Bard agora está disponível em 180 países e em três idiomas diferentes: inglês, japonês e coreano. Mas, para a tristeza dos brasileiros, o Brasil (e o português) ficaram de fora dessa lista.
Ou seja: se você tentar acessar o Bard pelo seu navegador agora mesmo, não vai dar certo. Na verdade, você vai dar de cara com uma página parecida com esta aqui embaixo, dizendo que ele ainda não está disponível no seu país:
O que o Bard consegue (e não consegue) fazer
O Bard é uma inteligência artificial generativa que usa o PaLM 2 como modelo de linguagem ― e Sundar Pichai, CEO do Google, afirmou em um comunicado oficial que esse modelo está sendo treinado em mais de 100 idiomas diferentes.
Por ser uma IA generativa, o chatbot é capaz de “gerar” respostas com base no prompt (ou pergunta) que é feita pelo usuário. Esse processo, que é bem parecido com o do ChatGPT, acontece porque o Bard é construído com base em um “grande modelo de linguagem”: um software baseado em códigos e algoritmos que é alimentado com uma imensa base de dados tirada da web.
Por isso mesmo, o Bard funciona com redes neurais artificiais, que possibilitam o chamado deep learning. Na prática, isso significa que ele vai ficando cada vez mais afiado nas respostas conforme os usuários vão “treinando” a IA.
Agora que já passamos esse pequeno preâmbulo técnico, vamos dar uma olhada no que o Bard já consegue fazer:
Gerar códigos de programação em mais de 20 linguagens diferentes
Alguns cálculos de matemática bem básicos (tipo a tabuada) e outros mais complexos, mas com alguns percalços: ele nem sempre dá respostas certas para problemas de lógica mais complexos
Resumir textos tirados da internet ― alguns com mais clareza do que outros. Ele consegue resumir bem textos que são mais “objetivos”, mas em textos longos que abordam vários tópicos ele tem certa dificuldade
Outra coisa legal do Bard é que já tem o recurso de ativar o modo escuro, perfeito para quem quer fugir da tela branca. Além disso, ele possui integração com alguns recursos do Google, como Gmail e Docs ― e há planos de integrá-lo com outras soluções do Google Cloud, além de ferramentas como Google Maps e Fotos.
O chatbot também oferece a opção “Google it”: você pode clicar ali para ver outros tópicos relacionados à sua pergunta e que já são exibidos no Google.
Só que tem algumas coisas que Bard ainda não consegue fazer bem. Por exemplo:
Ele não consegue ler links. Nós pedimos para ele dizer o que tinha num URL que era um vídeo recente do YouTube. O vídeo falava sobre peças de teatro que estavam em cartaz no Japão, mas ele disse que era um trailer para o filme Oppenheimer, que ainda nem foi lançado.
Ele também não é bom com informações pontuais. A gente perguntou quando e onde vão acontecer os próximos Jogos Olímpicos, e ele disse que seria em Los Angeles no ano de 2028. Quando a gente perguntou se ele não tinha esquecido a de 2024, ele corrigiu:
Usando o chatbot do Google na prática: resultados no Brasil
A gente fez alguns testes com o Bard, mandando alguns prompts e perguntas com elementos do Brasil, para ver o que ele conseguia gerar em termos de respostas.
Confere só:
Tentamos perguntar se ele sabia onde algumas cidades brasileiras ficavam. Ele deu informações verdadeiras quanto ao número de habitantes e localização geográfica ― mas errou na hora de listar algumas atrações turísticas. Em mais de uma ocasião, ele listou pontos turísticos que na verdade ficavam em outras cidades próximas.
Perguntamos quais novelas estavam sendo exibidas atualmente e ele só deu uma resposta (incorreta), dizendo que Pantanal ainda estava no ar.
Atualmente, um dos maiores problemas é a barreira do idioma. Como ele ainda não está disponível em português, a gente precisa fazer a pergunta em inglês para receber respostas em inglês.
Bard ou ChatGPT: qual é melhor?
O Bard é a “resposta” do Google ao ChatGPT, o chatbot da OpenAI. Ambos são modelos de IA conversacional e têm como meta gerar respostas de caráter informativo, mas há algumas diferenças em termos de recursos e disponibilidade:
Recursos
Google Bard
ChatGPT
Dados
Foi treinado com um conjunto de dados mais recente
Só foi treinado com dados que vão até 2021
Acesso à internet
Tem acesso à internet na hora de gerar respostas
Não tem acesso à internet, então depende exclusivamente dos dados que já foram alimentados
O que dá para fazer?
É ótimo para gerar textos em formatos variados (poemas, códigos, roteiros etc)
Treinado para resumir textos e criar conteúdos
Disponibilidade e idioma
Ainda está em desenvolvimento e não foi liberado em todos os países (também não funciona em português)
Disponível no mundo todo e funciona em português
Um exemplo prático para o Brasil: a gente pediu para o Bard e para o ChatGPT listarem todos os horários de jogos do Fluminense para 2023. O chatbot do Google deu uma lista completa com todos os jogos da Taça Guanabara, Taça Rio, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e Sulamericana ― só que no fuso UTC, que tem uma diferença de 3 horas para o horário de Brasília.
Uma coisa legal é que dava para exportar o resultado para o Docs ou então rascunhar uma mensagem de e-mail no Gmail:
Já o ChatGPT não conseguiu dar nenhum horário de jogo, dizendo que não conseguia buscar esse tipo de informação.
Isso acontece porque o Bard é uma inteligência artificial que consegue buscar informações online via Google, enquanto o ChatGPT não. Contudo, há planos de desenvolver plug-ins que permitam ao ChatGPT se conectar à internet.
Como usar o Bard no Brasil
Vai ver você leu tudo o que escrevemos até aqui e ficou pensando: mas se o Bard não está disponível aqui no Brasil, como é que essa gente sabe disso tudo e fez todos esses testes?
É que a gente usou uma VPN para acessar o Bard. Além de criptografar seu tráfego online e aumentar a sua segurança online, uma VPN também consegue contornar bloqueios geográficos, já que permite ocultar o endereço IP e selecionar uma nova localização geográfica com base em servidores disponíveis no mundo todo.
Isso significa que uma VPN é a melhor maneira ― e a solução mais segura ― para acessar o Bard do Google aqui no Brasil.
Passo a passo para usar o Bard no Brasil
Acessar o Bard aqui no Brasil é bem simples. Confere só:
Assine um servidor de VPN e baixe o app para o seu computador. A nossa recomendação mais “top” é a Surfshark, que tem preços super acessíveis, aceita pagamento em Pix e ainda tem um app todo traduzido em português. Ela também é a VPN com a melhor velocidade dentre todas as que a gente testou, além de oferecer vários recursos extras de segurança.
Faça login no app e selecione um servidor em um dos países da América Latina que têm acesso ao Bard*
* Estamos recomendando que você se conecte a servidores da América Latina porque, via de regra, quanto maior for a proximidade entre a sua localização física e a localização do servidor escolhido, melhor vai ser a velocidade, ok? Mas, se você quiser, pode tentar com servidores localizados no Reino Unido, Estados Unidos ou qualquer outro país.
Você também receberá uma notificação por e-mail avisando que já pode começar a usar o chatbot:
Melhores VPNs para usar o Bard no Brasil
Escolher uma VPN não é tarefa fácil, mas a gente pode ajudar.
O ideal é procurar um serviço que consiga alterar o seu endereço IP para que você possa se conectar a um servidor localizado em um dos países nos quais o Bard está funcionando. Além disso, vale a pena priorizar serviços que ofereçam boas velocidades de conexão, já que o chatbot do Google funciona online e depende de conexão com a internet.
Listamos, abaixo, as nossas principais escolhas.
1. Surfshark: VPN toda em português e com ótimas velocidades
A Surfshark é uma das melhores VPNs do mercado. Além de oferecer recursos importantes de segurança, como kill switch automático, uma política de zero registros de conexão e protocolos bem robustos, ela também oferece velocidades de tirar o chapéu.
Além disso, todos os planos de assinatura são em R$ e os preços são bem camaradas. O melhor de tudo é que você pode pagar com Pix, e o app é bem fácil de instalar e usar.
Outra coisa bem legal é que a Surfshark tem servidores em todos os países da América Latina nos quais o Bard foi liberado: Argentina, Bolívia, Chile, Equador, México, Paraguai e Peru.
2. NordVPN: confiança e praticidade para abrir o Bard
A NordVPN é uma das nossas queridinhas aqui no VPNOverview, e não é para menos: além de ter um desempenho fenomenal em termos de velocidade, ela também oferece IPs dedicados, tem uma política bem rígida de zero registros de conexão e ainda aceita pagamentos em R$.
No entanto, o app da NordVPN tem login na web, e não no app (o que não é muito intuitivo) e tem um protocolo WireGuard proprietário, o que significa que ele é menos transparente do que outras opções.
Em termos de usabilidade com o Bard, também tem outro porém. A NordVPN só possui servidores em três países da América Latina (tirando o Brasil): Chile, Argentina e México.
3. ExpressVPN: uma VPN premium para acessar a IA do Google
Se você está querendo uma VPN premium para acessar o Bard e não se importa de pagar um pouquinho a mais, vale a pena dar uma olhada na ExpressVPN.
Com criptografia AES de 256 bits, política de zero logs, kill switch automático e um app todo disponível em português, a ExpressVPN ainda tem servidores nos seguintes países da América Latina que têm acesso ao Bard: Argentina, Bolívia, Chile, Equador, México e Peru.
A vida do chatbot do Google acabou de começar, mas já há muita coisa planejada para o futuro.
Uma das funcionalidades programadas é a inclusão de recursos mais visuais: segundo a empresa, a ideia é habilitar o Bard para que ele possa enviar imagens, pois assim ele poderá dar respostas com imagens complementares (o que seria muito útil na hora de planejar uma viagem, por exemplo).
Nessa mesma toada, também há planos de permitir o uso do Google Lens para enviar fotos ao Bard e pedir que ele faça edições ou dê sugestões de legenda, por exemplo.
Também há projetos para integrações internas, com outros produtos do Google, além de integrações externas com apps como Adobe Firefly, Kayak até Khan Academy.
O futuro promete ― e você pode começar a testar o Bard hoje mesmo, bem aqui no Brasil!
Como acessar o Bard no Brasil: perguntas frequentes
Ficou com alguma dúvida? É só clicar nas caixinhas aqui embaixo.
O que o Google Bard faz?
O Bard é um chatbot desenvolvido pelo Google e projetado para ser um assistente de IA. Ele é capaz de gerar vários textos, sobre vários tópicos, e também auxilia na hora de escrever códigos.
Atualmente, ele está disponível em mais de 180 países e em três idiomas diferentes. Contudo, ainda não está disponível no Brasil (mas existe uma forma de acessá-lo mesmo aqui).
Dá para usar o Bard com uma VPN?
Sim! Na verdade, como o Bard ainda não está disponível em vários países, usar uma VPN é a única solução para conseguir acessar o chatbot. A nossa recomendação é usar a Surfshark, um ótimo serviço de VPN premium que tem um preço bom e vários servidores em outros países da América Latina.
O Bard é de graça?
Sim, o Bard é um chatbot de graça, então você não tem que pagar nada para usar.
No entanto, ele ainda não está disponível no Brasil, então você só vai conseguir acessá-lo com uma VPN.
ChatGPT ou Bard: qual é melhor?
Ambos são modelos de IA. O Bard ainda está em desenvolvimento e pode fazer buscas online; além disso, é ótimo na hora de criar textos diversos. Já o ChatGPT depende de dados mais antigos, mas é muito bom em resumir e escrever textos.
Dá para usar o Bard no Brasil?
O Bard está disponível em mais de 180 países, mas infelizmente o Brasil ainda não está nessa lista. No entanto, existe uma forma de acessar o Bard aqui: usando uma VPN.
VPNs como aSurfshark consegue ocultar o endereço IP do usuário, o que significa que dá para você se conectar a um servidor localizado em algum país no qual o Bard está disponível. A nossa dica é tentar se conectar a um servidor em um país da América Latina, pois assim você vai ter uma velocidade de conexão bem mais rápida.
Coordenadora de conteúdo e localização (Português)
Marcela é apaixonada por palavras e idiomas, tanto que trabalha com tradução, localização e copywriting há mais de uma década. Ela escreve sobre temas como marketing, publicidade, tecnologia, segurança online, privacidade e comércio digital.